O Dia Evaldiano

 

Capa do jornal do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG): Ano II - Nº 12 - Setembro de 2023


Por Roniere Leite Soares:

O DIA EVALDIANO

A ‘Semana Elpidiana’ é um período comemorativo em que se debate a vultuosa figura pública de Dr. Elpídio Josué de Almeida (01/09/1893-26/03/1971), seja considerando a peculiar figura humana ou desvendando o médico, o escritor, o cientista, o historiador, o ecologista, o político ou até mesmo o intelectual que categorizou a personalidade rara daquele que é o fundador do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG). O evento foi idealizado pela historiadora Maria Ida Steinmüller, em 1993, e teve, à época, a intenção de publicizar e comemorar o centenário do nascimento de Dr. Elpídio de Almeida.

Passados trinta anos após a primeira versão, a 4ª Semana Elpidiana ocorreu a partir do dia 26 de agosto (domingo) e teve o seu apogeu no dia 01 de setembro de 2023 (sexta-feira), em virtude do festejo da efeméride dos 130 anos de nascimento de Elpídio de Almeida. Coincidentemente, nessa mesma data, houve a primeira diplomação de um sócio efetivo do IHCG, inaugurando o auditório desta entidade civil, preparado com zelo e apreço para este momento histórico.

O expoente que protagonizou este ato ritualístico da diplomação foi o Dr. Evaldo Dantas da Nóbrega, que também comemora a data de seu aniversário neste primeiro setembrino. Os médicos Elpídio e Evaldo são respectivamente: patrono e atual ocupante da cadeira Nº 01 do IHCG. Assim, dentro da ‘IV Semana Elpidiana’, constituiu-se extraoficialmente o ‘Dia Evaldiano’, dedicado a esta aclamada figura humana. O Dr. Evaldo foi empossado como sócio efetivo do IHCG no dia 17 de abril do ano 2013.

O dia 1º de setembro de 2023 começou com uma entrevista concedida às 12 h por Dr. Evaldo Nóbrega à Rádio Campina - FM 93.1, no Jornal do Meio-Dia, em companhia do confrade Dr. Uirá Coury e o repórter Lenildo Ferreira. Nessa oportunidade, Dr. Evaldo fez um percurso sobre a trajetória vital que o levou a ocupar o importante assento na cadeira em que está imortalizado o patrono-mor do IHCG. À noite, a partir das 18 h, na sede do IHCG, sita na Rua Maciel Pinheiro, Nº 89, 3º andar, Centro urbano de Campina Grande-PB, iniciou-se a recepção dos convidados que testemunharam a diplomação e a entrega da medalha iagacegeriana ao Dr. Evaldo Nóbrega. O auditório estava lotado com mais de setenta espectadores, agraciados ao som ambiente de um jazz pianístico.

Os registros fotográficos foram feitos pelo confrade Edson Vasconcelos, assim como o registro videográfico foi feito pela equipe da TV Rede UEPB (Canal YouTube Ypuarana Cultural, sob direção do cineasta Hipólito Lucena), que transmitiu on-line todo o evento. Além disso, houve também a participação da equipe de reportagem da Rede ITA, que posteriormente editou e veiculou breve matéria em canal local de tv aberta. Houve ainda a coleta de depoimentos que foi feita pelo jornalista Ribamildo Bezerra, o qual gravou áudios para o Canal do Marcos Repórter Oficial. Toda a sonoplastia foi feita por Roniere Leite Soares, obedecendo rígidos incrementos nos quais ecoaram músicas para fins específicos, situadas no tempo e no espaço, além de vídeos patrióticos e contemplativos.

A cerimônia foi aberta às 19h48min pela assistente de cerimonial Márcia Maria Barros e presidida pelo Professor Vanderley de Brito. Também compôs a mesa de honra, além do referido presidente, os senhores Aécio Filho (Procurador Geral do Município de Campina Grande), Dr. João Modesto (Presidente do Conselho Geral de Medicina da Paraíba), o Coronel Márcio Saraiva (Ex-Comandante do 31º Batalhão de Infantaria Motorizado Peribebuí) e a poetisa Valéria Xavier (Vice-Presidente da Academia de Letras de Campina Grande [ALCG]).

O soar da sineta chamou a atenção dos presentes. Depois das considerações iniciais, uma oração a Deus foi proferida pela Assistente Cerimonial. Em seguida, o presidente da mesa anunciou o ecoar sucessivo dos Hinos Nacional, Municipal e do IHCG, sendo este último criado pelo sócio-correspondente Flávio Sátiro (in memoriam) e tocado ao vivo pela vez inaugural.

Simultaneamente, foram projetados vídeos na parede amarela do recinto, com o intuito de embelezar e dinamizar o instante cívico. A fala de abertura foi proferida por Vanderley de Brito, presidente do IHCG, enaltecendo o ano do Jubileu de Diamante e diferenciando o ‘ato de posse’ do ‘ato de diplomação’. Nesse ínterim, sentado em fase de reflexão, no ‘Salão Nobre’ da Casa de Memória Elpídio de Almeida, Dr. Evaldo Nóbrega aguardou a convocação. Logo após, a ‘Ordem do Dia’ foi encetada, mencionando-se as justificativas de ausência de outros atores sociais e as emissões de parabenizações destes ausentes ao diplomando.

Na sequência, foram convidados pelo presidente da mesa, o Sr. Vanderley de Brito, dois confrades designados para conduzir Dr. Evaldo da Nóbrega à Cadeira Patronal: os padrinhos Ida Steinmüller (Presidente de Honra do IHCG) e Dr. André Brasileiro (Vice-Presidente do IHCG). O trio estava devidamente paramentado com estola, pelerine, bóton, brasão, rosáceas e ornamentos formais. A compassada condução foi feita sobre longo carpete encarnado e sob a escuta atenciosa da composição Violin Partita Nº 1 em Si Menor, BWV 1002 (do compositor germânico Johann Sebastian Bach), interpretado por Andrés Segovia ao violão. Após o término da condução, o diplomando foi saudado e parabenizado pelo presidente Vanderley de Brito.

Prosseguindo, foi solicitado ao Dr. Félix de Araújo Filho que iniciasse o discurso de recepção a Dr. Evaldo da Nóbrega. Em sua fala memorável, o referido tribuno ressaltou vários aspectos e ocorrências da vida familiar de Evaldo Nóbrega, desde a infância, descritos a partir do município paraibano de Patos, onde ele nasceu, até a capital João Pessoa-PB, para onde toda prole migrou. Foi mencionado ainda o perfil resiliente e visionário dos genitores de Evaldo e a perseverança que marcou os passos do menino que queria ser militar ou médico e acabou realizando os dois sonhos, simultaneamente. 

Logo depois, foi conduzida a bandeja de joias aberta pela confreira Márcia Maria Barros, assistente de cerimonial. Nesse momento, Dr. Evaldo recebeu do professor Vanderley de Brito a medalha dourada iagacegeriana e foi parabenizado pela honraria. Assim, com a mão direita apoiada no peito esquerdo, Dr. Evaldo fez o seu juramento, sob a escuta atenta de todo o auditório. Ao término, os aplausos foram estridentes.

Em ato contínuo, a Dra. Wedna Torres Andrade da Nóbrega foi convidada para entregar o diploma ao seu esposo, o Dr. Evaldo da Nóbrega. Momentos de emoção tomaram conta do ambiente, seja pelos laços emotivos ou pelos gestos de carinho ensaiados pelos cônjuges. As palmas ressoaram demoradamente fortes. No público estavam presentes outros iagacegerianos, a saber: Jônatas Rodrigues, Ailton Elisiário, Mayvonne Morais, Erik Brito e Xico Nóbrega.

A sineta soou mais uma de tantas vezes. Agora, o uso da palavra foi facultado ao diplomado, agora ‘guardião do acervo campinense’. Depois de excelentes alusões sobre o próprio percurso de vida, Doutor Evaldo Nóbrega levou os ouvintes a refletirem sobre a função profissional que cada cidadão desenvolve na sociedade, salientando que “a caridade é irmã da medicina.” Também ressaltou a lisonja de estar sendo o primeiro iagacegeriano a ser diplomado. Após a fala, Dr. Evaldo exibiu vários slides Power Point no telão do auditório, enfocando passagens históricas de personalidades campinenses. Ao final da exibição, sob palmas do público, o discurso foi entregue ao presidente da mesa de honra, para efeito de arquivamento documental.

Após o anúncio do encerramento da diplomação, seguiu-se o coquetel. A serventia dos paladares foi administrada pela Sra. Gabriela Steinmüller. Esse momento de descontração foi marcado por iguarias, guloseimas, sabores, gelados, bebidas e conversas informais entre os presentes. Coube aos músicos Breno (violão) e Arthur (violino) o background sonoro. Várias outras personalidades expressaram depoimentos a respeito da diplomação de Dr. Evaldo da Nóbrega, entre os quais: Edmundo Gaudêncio (médico), Evandro Sabino (médico), Antônio Henriques (médico), Wellington Torres (médico), Ádamis Oliveira (advogado e poeta), Renato Gadelha (médico), Joaquim Franca (médico), Gil Braz (médico), Buarque Berque (advogado) e Adriana Amorim (advogada).

Assim foi notabilizada, proclamada, comemorada e exaltada a figura Evaldiana neste dia inesquecível. O verbete figura, usado aqui e ali, geralmente é um termo que conota, nas entranhas pragmáticas da língua portuguesa, uma imagem constituída por características próprias, customizadas, ímpares ou excêntricas. Entretanto, pode conter na sua construção semântica, atributos que se interceptam em outras personalidades de elevado quilate existencial. É o que particularmente ocorre com as individualidades de Elpídio e Evaldo. Além da congruência pontuada na atividade médica, ambas as figuras se assemelham nas atividades literárias, memoriais e humanísticas.

De fato, as consistentes contribuições feitas em jornais, editoriais, revistas e outros periódicos paraibanos fizeram do escritor Evaldo Nóbrega um abalizado intelectual, dotado de um estilo denotativo que o faz ser aplaudido por fidedignas gerações de leitores. Isso também ocorre devido à ênfase autoral na função objetiva da linguagem. Talvez a sua longevidade no exercício militar o fez desenvolver esta constância no compromisso com as produções textuais. Os temas se diversificam desde a seara prosaica até os mais variantes meandros da história e das letras poéticas.

Ao Dr. Evaldo Dantas da Nóbrega, nossos efusivos parabéns!


Há 30 anos, no ano de 1993, acontecia a 1ª semana Elpidiana. Em 2023 ocorreu a 4ª semana Elpidiana, com a diplomação do médico Evaldo Nóbrega (ver vídeo acima. Fonte: YouTube)


O texto acima tem a autoria do iagacegeriano RONIERE LEITE SOARES.

Roniere Leite Soares é formado em Música pela Faculdade Claretiano (Batatais, SP); licenciado em Letras, UEPB (Língua Portuguesa); bacharel em Design Industrial pela UFPB; conselheiro perpétuo do Borborema Cangaço (2023); professor efetivo da UFCG; sócio eleito do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG) e membro da Confraria dos Bibliófilos da Paraíba (CBP).




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